segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Venezuela imprime nota de 20.000 bolívares

Conforme informação publicada pela agência de notícias norte-americana CNN, o governo da Venezuela passou a imprimir notas de 20.000 bolívares, em decorrência da grave inflação que afeta a economia do país. A Venezuela passa por uma crise econômica severa, estimulada pelas medidas de controle na produção estabelecidas pelo governo e por aumentos descontrolados nos gastos públicos. A nação possui a economia considerada a mais instável da América Latina.

De acordo com a CNN, o governo socialista "passou a imprimir notas de 20.000 bolívares depois que a hiperinflação transformou o papel-moeda corrente em 'notas sem valor'. O fenômeno da inflação extrema faz com que seja difícil comprar qualquer coisa até mesmo com 100 bolívares - a soma, após o agravamento da situação econômica, passou a valer aproximadamente 15 centavos de um dólar americano". A CNN acrescenta que "o fenômeno da inflação muito acelerada obriga os cidadãos venezuelanos a carregarem dinheiro em sacolas, ao invés de carteiras", por motivo do grande volume de bolívares necessários para realizar até mesmo uma compra pequena.

Como exemplos do problema pelo qual os venezuelanos passam, a reportagem cita a compra de calças: "agora, para este produto, é necessário gastar 40.000 bolívares, o que, atualmente, significa ser forçado a carregar 400 notas de cem bolívares". O dado foi exposto por Luis Oliveros, que é professor de Economia da Universidade Metropolitana de Caracas. Fenômenos semelhantes foram registrados da Hungria, na segunda metade do Século XX, na Alemanha, após a primeira guerra mundial, e no Brasil, no final do século passado. A matéria informa que até o final de 2016, a inflação deverá alcançar os 500%, e, em 2017, 1.660%.

Além da grave inflação, a Venezuela passa por uma crise de abastecimento de proporções catastróficas - como medida de racionamento, o regime socialista tenta impor cotas semanais de consumo de bens de consumo básicos para cada família. Alimentos como o arroz, pães e até mesmo óleo de cozinha só podem ser comprados em quantidades pré-estabelecidas pelo governo de Nicolás Maduro. Outros bens essenciais, como o papel higiênico, também estão em falta na nação que segue o "socialismo bolivariano". O regime fundado por Hugo Chávez tentou estabelecer políticas agrícolas com a finalidade de aprimorar o fornecimento de alimentos, como campanhas de criação de fazendas estatais, mas os projetos não conseguiram atenuar a crise alimentar. Neste ano, a ONG Anistia Internacional emitiu comunicado denunciando o governo venezuelano pelo uso de trabalhos forçados, instituidos para a maior parte da população com o intuito de amenizar a catástrofe econômica.

Em vídeo - organização Human Rights Watch denuncia crise alimentar na Venezuela:



Mais sobre o tema - Venezuela institui regime de trabalhos forçados para conter crise alimentar:

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